"Estes são os restos que me
devolve
o sonho
falta-me uma veia
falta-me uma mão
para espremer um pássaro
Uma asa de pedra grudada
à minha alma
para empunhar minha morte
Saúdo ao sol que me arremessa
como fumaça
Sol
Temos que condescender
Temos que arder às
escuras
Dar-te-ei uma Grande Pálpebra
Dar-me-ás meus olhos brancos
Meu raio que toma meu
peso
Vou inclinado nas
águas
vou vestido de minha pele
vou
e ao ponto de chegar que
sucede?
Quem corta a minha desmemoriada
mão?
Com animais mortos nos
ombros
percorri a solidão
terrena
Vi cinzas
paradas
A terra apenas terra é
lua
A lua é um peito cortado
da terra"
Humberto Díaz Casanueva (Trad. Elga Pérez-Laborde)
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