segunda-feira, 4 de maio de 2015

Exílio

"É a noite sem fim, a desvelada
noite que, como os fios de uma faca, sela
implacável recorte em amarela
morte, nossa silhueta alienada.

Viver, quando viver não vale nada,
é igual semear, com uma semente
estéril, a dor tão humilhante
de uma existência rota e postergada.

E o insone repete de modo inexorável
o passo da vida irrevogável,
que, sem deixar de sentir, o leva embora.

Onde nos levará tão sem estradas,
irrisório brinquedo do destino, e suas jogadas,
Nossa razão, destrambelhada e velha senhora?"


Juan José Domenchina

Nenhum comentário:

Postar um comentário