segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Não Tenho Certezas

"Não, não tenho certezas.
Se era esse encanto que vos atraía,
Deixai-me só nesta melancolia
De baixo, aberto e liso descampado.
Quero viver, quero morrer, e quero
Que ao fim a soma seja um grande zero
Do tamanho da ardósia...e apagado

Mas são desejos da fisiologia...
Vagas aspirações do dia-a-dia
Duma bilha de barro
Que não vale o cigarro
Que se fuma.
Não, não tenho certezas;
Tenho bruma."

Miguel Torga

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