sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Visita

"Bateu a morte à minha porta e não entrou.
Também a tanto não a convidei.
Pelo contrário, sacudi-lhe o vulto.
Sei que nunca gostou da minha vida.
Mas, contra tudo e todos, tinha de me cumprir,
Sem cuidar das sanções do desafio.
E por isso teimei no desvario
Dessa infrene quermesse.
Infeliz, se me vejo mergulhado
Na negrura da noite do meu fado.
Feliz, quando amanhece."

Miguel Torga

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